Caminhar

Assim que chegas,

Chuva a cair. Exaustão dominava a previsão

Chuva a cair, em mim

Um sol nas tuas costas,

Ninguém nos chamou, para caminhar

O caminho era individual

Solitário no caminho, e na divisão

Os caminhos não se fazem sozinhos

Nem para isso foram feitos

Voltava para trás, sozinho

Para tua mão agarrar, e partilhar o caminho

Foi para isso que foram feitos

Fim da colina

Corremos para o fim da colina

Precipício que se avistava

A devastação da minha alma

Que se avizinhava

Era capa de jornais

Quando só queria meter os pés no chão

Na chuva torrencial

Ainda continuo a chamar pela tua mão

E pelo nosso amor sequencial

Que ainda lembra nos sonhos

Do quotidiano

Não deveríamos ter sido apanhados desta maneira

Lembrou-se como foi

Não fiques emocionada

Não é nada novo,

Eu prometi.

Que era algo que não faria

Por um evento de romantismo

Sendo que o teu dialeto

Estava na tua mão

Esculpida pelo desejo

E pelo destino que marcaste,

No caminho até ao carro

Numa balada do que poderia ter sido,

Os lábios que a carregavam

A recitar um grande poema

Sabiam a emoção,

Do que poderia ter sido,

E por mais uma vez

Querias ficar até ao oceano

Gritar de liberdade

Un instrumento de tu placer

A questão

Das crenças infalíveis que se pensou

Afinal era

Os teus lábios

Esculpidos em mármore

Em exibição

Apresentado em espanhol

Lido em Italiano

Ninguém conseguiu tirar o vermelho

Que lhes pertencia

E no nascer do sol

No caminho contigo

Reparei

Kanye West não é Cohen

E eu tentei ser Cohen

Na imensidão da minha ideia de

Diversão

Mexeste com o relógio que me despertou

No tempo, o tempo em que começámos

Das crenças infalíveis e coordenadas

Foi a balada do que poderia ter sido