Mantra 23

Acho que estou a falar contigo

De um cartucho de simulação

É o último que tenho nas mãos

Sinto que o sabes,

Desconfio que ainda não sabes

Que a mantra estava escrita

Sempre com o mesmo fim

Nela, estamos juntos

A segurar a tua mão

Com os leves cortes

Do papel

Com o perfurar da alma

Que tu tens em mim

Comigo em todo lado – I

Acordaste em mim

Na hora do despertador

Ligaste o coração à minha alma

E eu liguei o chuveiro

A única coisa que não se lavou

Foi a minha alma

O meu pesar

De questionar o porquê

De tamanho sentido

De tamanho medo

Se pudesse

Voltarias ao meu trono

Na minha alma que é reino

O meu corpo castelo

Tu rainha

Base da tranquilidade

Os sentimentos travaram

Corpos despidos de passados

Sem necessidade de presente

No hotel da tranquilidade

De lados errados

Foi lua que nos encontrou sozinhos

Estava escrito

Nem por um segundo

Largo a mão

Passei a ter medo de respirar

E não me preocupar

E no meu último suspiro

Tu e a tua mão

No ritmo de samba

Vão ser sempre paixão

Na perfeição do teu jeito

Sono sem sonho

Os olhos secos

Carentes de mim

Parados no minuto

Era segredo

Em conjunto

Sem saber o mal

Em que estava metido

Parados por um minuto

Fiquei sem saber

Era eu e tu, com a visão do passado

Sem imaginar um futuro

Atingiram a minha mente

Sem conseguir fugir dela

Nos meus sonhos péssimos, de serem ouvidos

Uma espécie de tortura

Mais uma vez sem saber para onde ir

Espera. Estou a voltar a casa

Un instrumento de tu placer part II

Não é nada de novo

Foi prometido

Que seria algo que não iria ser feito,

Num evento comemorativo

Verifiquei a tua mão

Vi os cortes da lâminas

Das duras emoções

De desejo

E de trabalho

No caminho até ao carro

A recitar um grande poema

A lingua emocionou-se

Com o sabor da avelã

E com o segredo emocionante

De avelã

No pretérito imperfeito

Eu amar-te-ei