Grande Crítica

 

Eu só queria ser um Dylan,

e aquele olhar que fizeste

Em espaço sideral

Numa auto-estrada imaginária  

Talvez fosse demasiado,

numa sexta à noite excecional

Olhaste pelo espelho retrovisor

numa longa noite de condução

Encosta, eu conheço o lugar

Parecia um mito quando olhaste para mim

De quem estou a tentar fugir ?

Ceguei por nostalgia

Novos poemas todos os dias

Aparecem por aí

Tiveram grandes críticas

E nunca foi ouvida tal poesia

 

Perspectiva de um ponto

No ponto mais ao fundo

Do lado esquerdo do balcão

Do ponto de vista da entrada

Uma perspectiva de um ponto só

Copo segurado, pela tua mão

Que conheço tão bem

Sorriso moreno, meio sorriso

Para tudo não dar, postura não perder

 

Funk brasileiro de fundo

No fundo era só a tua voz

Que eu ouvia

A tua dança num espírito inocente

Mente de visionária

Enquanto eu ponderava todas as questões

E se aquilo tudo acabasse

Vem e dança comigo

Quis ela, momentaneamente

Eu quis um para sempre

Essa informação perdeu-se na sua mente

Na rua sem fim, da solidão

Copo preso na minha mão

Sentado no passeio, pergunto

Porquê?

 

Photo, Melancholy … by Albert György

Sem despedidas

Olho para nós

Em terras de minha memória

O único lugar sem despedida

Onde não posso ter saudades

A minha mente contraditória

A minha alma inquieta

Não perdoam as disparidades

 

Que me fazem gostar de ti

Sabendo que o nosso amor

Viverá para sempre

Em algum lugar

O único lugar

Sem despedida

Sem saudades

 

Um dia tu vais olhar para trás

Assim como eu

A alma sorrirá

Está guardado nas nossas cassetes